primeiros cadernos
desde há muito tempo que não lia um livro que rompesse com a monotonia das minhas letras interiores. daqueles que apetece continuar a ler, sem dormir, infinitamente, numa espécie de transe literário. para isso, já sabia que bastava pegar em algo de Camus para ficar completamente subjugada aos desejos narcísicos de um livro. e bastou.
primeiros cadernos não é um romance ou ensaio ou diário, é as três coisas. é Camus nos primeiros anos, antes de publicar, com as primeiras ideias, apontamentos, esboços, dúvidas, alegrias, tristezas.
dá vontade de ir a correr escrever num bloquinho todas as impressões sobre o que nos rodeia. enfim, tudo para dizer, que o livro tomou conta de mim, que manda literalmente em mim, que me trata como uma escrava, sujeita aos seus caprichos imbecis, de achar que eu não tenho mais nada na vida para fazer senão dar-lhe atenção. porque este livro não exige só a leitura, obriga-me a escrever, o cabrão.
pergunto-te como soa Braga, aqui…
http://sem-demora.blogspot.com/2007/04/e-por-falar-nos-silncios-da-cidade.html