É impossível escapar a um título destes: “Que o Diabo Leve a Mosca Azul”
Mesmo não querendo, um livro com este título tem de ser lido. Doa a quem doer, não dá para ignorá-lo. Vem da Relógio d’Água e, como se não bastasse, tem um prefácio assinado pela Ana Teresa Pereira,
John Franklin Bardin escreveu Devil Take the Blue-tail Fly em seis semanas, enquanto ouvia, repetidamente, as Variações Goldberg. O seu filho Frank lembra-se dele, um homem muito alto, sentado numa poltrona a ler ou a ouvir música; quando se fechava no quarto onde estava a máquina de escrever, era preciso guardar silêncio, e Frank ia para fora brincar. Na casa, além dos livros, havia uma grande colecção de discos, especialmente de música clássica.
Devil Take the Blue-tail Fly é uma história de música e de loucura. No início do livro, Ellen desperta no quarto do hospital psiquiátrico que foi o seu mundo durante dois anos (por vezes chegou a acreditar que o mundo lá fora não existia). As cortinas ásperas da janela, a estante com as partituras de Bach e Handel, Mozart e Haydn, as reproduções tiradas de revistas: um desenho de Picasso, uma rapariga de cabelo castanho-avermelhado de Renoir, um severo diagrama de Mondrian, uma máquina voadora de Leonardo. Mas hoje é um dia diferente. O dia em que vai para casa. Vai deixar a ordem do hospital e voltar ao caos. Basil, o marido, vem buscá-la. Ainda é muito cedo, ainda não são seis da manhã, mas por volta do meio-dia já estará em casa e poderá tocar. Cravo. O seu instrumento. O único que permite destilar a essência da música. Ela sentada a tocar, as notas de Bach, uma segurança que vem de uma ordem diferente da que encontrou no hospital. [excerto do prefácio de Ana Teresa Pereira retirado daqui]
Não sei se já repararam, mas chegaram às livrarias dois novos títulos da Relógio D’Água: Que o Diabo Leve a Mosca Azul, de John Franklin Bardin e A Pena do Diabo, de Minette Walters. Ambos pertencem à colecção Crimes Imperfeitos que a editora está a relançar.
Os próximos clássicos a serem publicados são A Dama de Branco e A Pedra da Lua de Wilkie Collins, O Mistério do Quarto Amarelo de Gaston Leroux e Crime e Castigo de Fiódor Dostoiévski (sobre esta edição com nova tradução devem ler esta opinião que subscrevo).
A Casa de Gelo e A Escultora de Minette Walters e A Árvore das Mãos e Um Bando de Corvos, de Ruth Rendell são as obras de autores mais recentes que também vão ser incluídas em Crimes Imperfeitos.
Olá, Eduarda!!!
Estás safa!!! eheheheh …Simplesmente ADOREI este livro…qualquer coisa de fabuloso…li numa lufada, até me doerem os olhos e fiquei a pensar, a pensar..Já o da Ana Teresa, gostei, mas nada de extraordinário…é interessante, sim, mas este livro…bem…thanks!!!
Vou espiolhar mais obras do Franklin…adorei o estilo!!!
Eu ainda não li o do Franklin. Mas já o tenho em inglês (uma pechincha na amazon). Vou lê-lo muito brevemente entre o sol, a areia e o mar.
Beijinho e até breve