Os ladrões de livros
Não consigo deixar de simpatizar com os ladrões de livros das bibliotecas – mas dos que roubam para ler e não dos cleptomaníacos. Não deveria achar piada e chateia-me imenso, por exemplo, que um leitor ultrapasse o prazo de entrega de um livro na biblioteca e me obrigue a esperar. E se o roubasse, então nem sei… Mas abstraindo-me disto tudo, sempre gostei de uma boa história sobre um larápio de literatura. Hoje deparei-me com mais uma, no “El País”:
Farhad Hakimzadeh era un personaje conocido entre el personal de la Bibilioteca Británica, un respetable bibliófilo que acudía con frecuencia a esta sede londinense para enfrascarse en los relatos de los viajeros europeos por Mesopotamia, Persia y el imperio mogol en los siglos XVI y XVII. A lo largo de siete años, y ante las mismas narices de los bibliotecarios, este exiliado iraní se dedicó a arrancar textos, mapas y grabados de los valiosos tomos con la ayuda de un escalpelo. Ayer se declaraba culpable del robo de diez libros de esta institución, y de otros cuatro de la Biblioteca Bodleiana de Oxford, ante un tribunal del norte de Londres que podría imponerle hasta una condena de prisión. (mais aqui)
Nesta, não consigo simpatizar com o gatuno porque para além de surripiar os livros, também os mutilava, arrancando-lhe páginas. Não gosto de um ladrão de livros não amante dos livros.
[imagem]: Todd Davidson
Eu nem gosto de um, nem do outro. Ao roubar os livros – de uma biblioteca – estava a privar outras pessoas de ler, esse mesmo livro. Só por este pensamento, não consigo simpatizar com esse género de pessoas. Agora roubar de uma Bertrand ou de uma Fnac nisso já alinhava. Ahahaha. 😀
Pois é. Roubar livros de bibliotecas é feio, muito feio. Em algum lugar li sobre alguém que roubava página por página de um volume, até que tivesse o completo em casa.