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crónica de uma queca anunciada

August 18, 2008

Eu vi-o na livraria. Não aguentei, estava quase-quase-quase a comprá-lo. Por pouco, por um triz não o comprei. Porque o paperback em língua inglesa custava o mesmo que a tradução em português, o que me deixou confusa e rapidamente instalou a dúvida. O problema já nem era comprar, mas qual comprar? Por um lado, ler o original mas por outro achar que o original era excessivamente caro para o número de páginas. Não segui o impulso, resolvi esperar. Mas, no cinema, ao ver Ficheiros Secretos, o livro não me saía da cabeça. Não aguentava, tinha de o comprar. Disse-lhe e ele aconselhou-me a não seguir o impulso, a não tomar a primeira atitude que nos vem à cabeça, como dizia o mestre Descartes. Eu já não via Ficheiros Secretos, só pensava no livro, no livro que tanto me apetecia ler quando chegasse a casa. Mas depois sabia que também encontraria o livro na biblioteca… Era só esperar o domingo, aguardar silenciosamente o domingo, um dia, 24 horas, Braga, biblioteca e depois poderia gastar o dinheiro que seria para comprar esse livro noutro que gostaria de ler mas que não tivesse na biblioteca. Ficheiros Secretos seguiam… Mas o filme, para mim, era outro. Já não podia mais, a dúvida era tremenda, disse-lhe que não conseguia parar de pensar no livro e ele perguntou-me sobre o que era afinal o livro. Eu respondi que era sobre um casal que depois de casar, na noite de lua-de-mel não conseguiam… bem, vocês sabem… E ele respondeu mais ou menos isto: “por momentos pensei que era um livro sobre filosofia, sobre o sentido da vida”. Não, é sobre uma queca, uma queca que um casal não consegue dar. Estavam à espera de quê? Ian McEwan, em On Chesil Beach.

5 Comments leave one →
  1. August 18, 2008 1:57 pm

    “Ele” parece-me ser uma pessoa sensata. Contudo, não o foi o suficiente, para ter escolhido os Ficheiros Secretos em vez do Wall-E. 😀

  2. August 18, 2008 2:21 pm

    Não posso…dizer mais do que isto:
    Não posso dizer o que me veio à cabeça…
    Temos de cuscar o quanto antes 😀

    Só um ‘pikeno’ apontamento: WALL-E 4EVER! 😉

  3. August 18, 2008 8:34 pm

    WALL-EEEEEEEEEEEEEEEEEE (e ainda não vi)

    sim, temos de por a conversa em dia 🙂

  4. Maya Ogwaru permalink
    September 28, 2008 8:22 pm

    Acho o livro com demasiados details… está muito bem escrito mas demasiado puxado nas páginas, se fosse uma short-story seria perfeito. Tem poucos diálogos o que torna por vezes a leitura difícil e os diálogos não são vivos… é mais um livro para pensar do que para ler… mesmo assim valeu os 10€

Trackbacks

  1. pequena correcção do post anterior « o absurdo

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