lá se acabaram os mimos
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O Festival de Teatro de Braga – Mimarte chegou ontem ao fim. 10 espectáculos (dos quais só perdi 2) muito frio, riso, gargalhadas, cansaço e aborrecimento. Houve de tudo, desde o supra-sumo: Escola de Mulheres, interpretado pelo Teatro ao Largo, de Beja; ao mais absoluto tormento: Comédia do Verdadeiro Santo António, do Gefac.
Mas as maiores expectativas estavam mesmo guardadas para os dois últimos dias, onde seriam apresentadas As Bacantes de Eurípides e As Vespas de Aristófanes.
O problema surgiu quando reparei que era uma companhia espanhola, o Grupo ACUTEMA, a levar ao palco a peça de Eurípides. Mesmo não conseguindo perceber algumas partes, a peça valeu pela soberba representação do grupo espanhol.
O mesmo não se pode dizer d’As Vespas, interpretada pelo Grupo Thíasos do IEC da Universidade de Coimbra. Apesar do notório amadorismo dos actores, o maior problema prendeu-se com a adaptação da comédia aos tempos modernos. Estar, por exemplo, a chamar “gajo” ou “fulano” repetidamente a um cão numa comédia grega não tem assim lá muita piada.
Faço das tuas, minhas palavras.
Meu caro,
primeiro: aquando da defesa da tese de mestrado que consistiu na tradução d’«As Vespas», esta foi criticada por ser demasiado comedida e púdica na linguagem, comparativamente com o original grego;
segundo: se não gosta de ouvir calão em língua portuguesa…, olhe, leia o original grego.