a escritora esquecida, ou não
Na última Feira do Livro em Braga, a escritora Filomena Marona Beja, ao apresentar o seu livro “A Sopa”, falou de uma escritora de que gosta muito: Maria Ondina Braga. O entusiasmo foi tal, que o nome não me saiu mais da cabeça. Ao percorrer os stands, voltei a encontrar a autora da Sopa à procura dos livros de Maria Ondina Braga num alfarrabista. Dizia ela que se via desunhada para encontrar as obras desta escritora tão “injustamente esquecida”. O alfarrabista assentia e dizia que mal tinha algum, vendia-o rapidamente. Fiquei intrigada. No último dia, depois de já ter gasto o dinheiro todo, lá encontrei um livro desta escritora bracarense. A Lua de Sangue, publicado em 1986, custava 4 euros. E, como eu não tinha a porra dos 4 euros, acabei por não o comprar.
Hoje voltei a relembrar-me desta escritora que também eu acabei, infelizmente, por esquecer. A notícia vem da editora Labirinto que acaba de publicar “As Vozes das Mulheres – Uma escrita acerca das mulheres e das viagens interiores de Maria Ondina Braga”, de José António Garcia Chaves. Este ensaio venceu o “Prémio Literário Vergílio Ferreira 2007 – Ensaio”, instituído pela Câmara Municipal de Gouveia. Na próxima Feira do Livro, qual caçadora de tesouros esquecidos, irei (re)encontrá-la e limpar-lhe o pó.
Cito Maria Ondina Braga no seu livro “O Jantar Chinês e Outros Contos”
“A lua, agora dourada, boiava no chá, resplandecia nos últimos fumos do incenso, brilhava nas faces pálidas de Yu e do avô, transformava as cinzentas águas do rio num lago de luz.”
À Ma. Ondina Braga toda nossa admiração.
Ernane
Oh Paulo, assim ainda fico com mais vontade de a descobrir. Isso não se faz 😉