malabarismos de pescoço
a propósito desta bonita crónica, lembrei-me das minhas raras e adoradas viagens de comboio. aos 18 anos fui pela primeira vez sozinha de comboio a Lisboa. já tinha viajado antes mas esta primeira viagem a sós marcou-me irremediavelmente.
o gosto de andar de comboio é algo que me ultrapassa: se tiver de ir a algum lado, é certo que se puder utilizar o comboio vou mais depressa. ainda na semana passada tive de ir ao Porto e, acreditem, que a viagem foi um dos melhores momentos. por mim, nem saía do comboio e continuaria a viajar indefinidamente.
para ser franca, não costumo ler muito nas viagens mais longas. é que geralmente há tanta gente a ler que perco o tempo todo a tentar descobrir o que estão a ler. chamo a esta actividade mui nobre, difícil e exigente, ‘malabarismos de pescoço’. as pessoas lêem geralmente com o livro inclinado, sobre o colo, e deslindar o autor ou pelo menos o título, sem se parecer abelhudo, não é fácil.
um dia falei com um fanático de comboios que, à beira dos casos que me contou, não era nada. inserido no meio (nem sabia que existia um culto aos comboios) conhecia devotos que quando entravam no comboio, começavam a limpá-lo disfarçadamente com um lenço de papel. ou casos ainda mais graves: loucos que quando viam na televisão imagens de acidentes de comboios, choravam não pelas vítimas mas pelo descarrilamento.
eu não, não pertenço a este clã. dedico-me apenas aos malabarismos de pescoço.
Então a menina vem ao Porto e não diz nada aqui a IM??? Ai, ai….;-))
(essa dos malabarismos de pescoço às vezes traz surpresas desagradáveis…às vezes não são obras aquilo que as pessoas estão a ler…são “fast-reading”…junk reading….)
lol
Não sei porquê ainda não meti na cabeça que és do Porto. Para mim sempre foste e sempre moraste em Lisboa, vá-se lá saber porquê 🙂
Irra!!!! Em Lisboa!!??? Naaa….qual Lisboa? A menina avariou?? ai,ai…eheheheh…do nuorte, carago!