como gosto do inferno
«Gosto dela, e ela de mim, odiamo-nos com um ódio de amor feroz que a ausência fortalece»
«Chegado a meio do caminho da vida, sento-me a descansar e a reflectir. Alcancei tudo quanto tive a audácia de desejar e sonhar. Carregado de vergonha e honra, de alegrias e sofrimento, pergunto a mim próprio: E depois?»
«Afinal o que é a vida? E a morte? A mesma coisa! Imagine-se lá isto, os mortos não serem mortos e a indestrutibilidade da energia não passar de imortalidade!.»
«Há dez anos fiz-me ateu! Porquê? Ao certo não sei. A vida aborrecia-me e era preciso fazer qualquer coisa, sobretudo qualquer coisa nova. Agora sou velho, desejo ignorar tudo, deixar os problemas em suspenso e aguardar.»
(August Strindberg, in Inferno. Lisboa: Assírio & Alvim, 1988)
» sempre tive um fraquinho por autores atormentados, tristes e angustiados. preenchem-me o vazio. ou iludem-me. o que pouco importa. gosto. e depois?
Eu acho que as obras mais profundas, mais verdadeiras, só podem brotar do que atormenta…não concebo um verdadeiro escritor de forma diferente…a angústia, a morte, o abandono, a loucura, a solidão são, para mim, temas que têm de estar presentes ou não me interesso pelos livros…