o bloqueio do escritor
Embora já o tivesse revelado em inúmeras entrevistas, Gonçalo M. Tavares confirmou-me, em entrevista, que antes de começar a publicar já tinha a maior parte dos livros escritos:
«Escrevo com muita intensidade desde os 19 ou 20 anos mas o primeiro livro só foi publicado aos 31. Quase todos os livros foram sendo escritos antes de o primeiro ser editado. Decidi publicar tarde para me defender de várias coisas. Pior do que ser muito mal recebido é ser muito bem recebido. Há aliás histórias de escritores que são muito bem recebidos com o primeiro livro e depois não conseguem escrever o seguinte, ficam paralisados. Como eu já tinha os livros escritos, essa questão não se colocou.» (15.04.07)
Isto vem a propósito de quê? Nos últimos tempos, tenho recebido sinceros elogios ao que vou escrevendo por aqui e por ali. E agora, sinto-me paralisada. É um pseudo-bloqueio de uma pseudo-escritora. Ou mais especificamente: tem estado muito calor, o sono aperta, o ócio convida, as pestanas fraquejam e o corpo rende-se à evidência de uma existência absurda que nada tem para dizer ou contar.
Linda, tira umas férias da escrita, não longas, mas a saudade vai-te bater…
e a carta de condução como está?
Olha eu na sexta volto a ficar desempregada. A produtora onde estou abriu falência da revista principal. Pedem-me para escrever um artigo por semana :S estar sem fazer nada também cansa. Vou-me embora. É assim a vida do pobre.
Estás a escrever cada vez melhor… não tenhas medo do que é inerente a ti 🙂