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May 2, 2007
naquele dia em que roubámos os relâmpagos ao céu, as mãos secaram, o peito ardeu. tu eras eu. qualquer coisa que me animava os movimentos. nunca falávamos, a não ser por silêncios. costumavas colocar a tua mão no espelho para eu a contornar com batom. e depois, à noite, percorríamos as estradas com os pés nus, enquanto gritávamos às brumas, perturbando os vizinhos. outras noites tocávamos às campainhas e fugíamos, loucos, do corpo suado e entrelaçado. as tuas mãos eram belas, dedos de violoncelista da madrugada. era assim, o nosso amor: tomávamos a vida um do outro. mas depois as mãos secaram e o peito ardeu.
Que bonito…
Alguém derreteu o seu coração :o)