my mood swings makes me feel ashamed

porque as meninas me chagaram a cabeça, eu respondo. que o absurdo não pode ser só estar a dormir e ouvir o carteiro a apitar, também tem de falar sobre coisas sérias que fazem girar o mundo.

na verdade não tenho muita coisa a acrescentar ao debate sobre o aborto. todos os argumentos possíveis e imagináveis já foram esmiuçados e adulterados. e, se querem saber mais mais sobre o assunto, o absurdo não é de certeza, o lugar mais apropriado.

e depois, porque eu não tenho certezas de nada. sou um poço de indecisão. estou constantemente a por à prova todas as minhas frágeis convicções. vivo a duvidar. à medida que vou aprendendo mais, formam-se novas certezas, destroem-se antigas.

já estive do lado do NÃO, agora estou do lado do SIM, e amanhã não sei. tenho lido exaustivamente os argumentos de todos os lados. tenho ponderado e pensado muito bem. quero ir votar no dia 11 com a consciência de que estou a fazer o que eu penso que é melhor para a sociedade.

como já referi, se fosse votar hoje, votaria SIM. não sou a favor do aborto, acho que ninguém é. mas a mulher não deve ser penalizada se abortar. defendo o SIM para evitar principalmente o aborto clandestino. corro o risco de estar a liberalizar o aborto, eu sei. mas que o aborto já existe e continuará a existir é um facto, então, vamos realizá-lo nas melhores condições possíveis, sem risco de vida para a mulher.

de resto, estou cansada e exausta deste campanha. se o objectivo do NÃO é provocar este desgaste nas pessoas, de forma a aumentar a abstenção, então creio que está a consegui-lo.

se querem saber mais sobre o aborto, armarem-se ao pindarelho, martelarem a cabeça, mostrarem toda a vossa intolerância e sei lá mais o quê, há por aí muitos outros blogs, por sinal, mais pró-activos e esclarecidos sobre esta matéria do que o absurdo.