O que é que vamos fazer?
JP Simões tem novo álbum: 1970.
Em entrevista ao Suplemento Y, do Público, JP Simões revela:
«Mas se existe agora um certo número de pessoas que pode gostar da minha música independentemente da minha postura também é preciso perceber que a minha postura não mudou tanto: não deixei de fazer o que me é necessário. E também me parece que o clownismo já atingiu patamares tais de vulgaridade que não tenho mais vontade de me inscrever nessa pandilha. Essa postura serviu para dizer algo. Se isso passou, passou. Se não, não posso fazer nada.»
«A canção tem uma característica de fogo cerrado sobre a minha geração. Mas também é um auto-retrato cerrado, uma complexificação do problema sem hipótese de sobrevivência. Para no fim acabar com uma questão que tenta ser redentora: “O que é que vamos fazer”».
«… o que é que eu ando aqui a fazer enquanto pessoa? Isto é sempre assim em todos os discos – este parece mais pobre porque é mais claro: não deixei mistério nenhum. São coisas simples que querem ser belas. Acaba por ser um disco de fincar os pés na realidade. É um disco que se podia chamar “Ecce homo”. Ou antes, “Ecce homenzinho”.»
Que grande álbum!