Sobre a avaliação dos professores pelos pais
A possibilidade dos pais participarem na avaliação dos docentes parece-me pateticamente absurda!
– Como é que os pais podem avaliar os professores? Vão passar a assistir a aulas ou irão formular avaliações com base na opinião dos filhos/simpatias?
– Os professores não podem fazer com que um aluno com uma determinada história individual, moral, psicossocial, social e familiar, passe a tirar 20’s?! Nas escolas mais problemática, o sucesso de um professor mede-se, antes das notas, pela quantidade de alunos que vão às aulas!
– A maioria das escolas funciona, hoje em dia, como depósitos de crianças. Os pais raramente vão às reuniões com o director de turma e os que vão ou é para ouvir falar bem, ou então, para acusar o professor disto e daquilo. Se os pais, na sua grande maioria, mal acompanham o percurso escolar dos filhos, participando activamente na escola, como vão passar a ter competência para avaliar os docentes?
– Por último: acho bem que os professores sejam avaliados, como em todo o lado, há bons e maus profissionais e estes devem ser distinguidos. Mas não pelos pais ou conselhos de cursos previamente escolhidos pelos próprios professores! E se os professores vão ser avaliados então também devem ser os médicos, enfermeiras, juízes, advogados…
Começo mesmo a acreditar que o Ministérios da Educação anda a perseguir os professores!
‘Por último: acho bem que os professores sejam avaliados, como em todo o lado, há bons e maus profissionais e estes devem ser distinguidos. Mas não pelos pais ou conselhos de cursos previamente escolhidos pelos próprios professores!’
Então, por quem? A propósito disso, remeto para um excelente post do João Miranda: http://ablasfemia.blogspot.com/2006/06/avaliar-sim-mas-no-assim.html
‘E se os professores vão ser avaliados então também devem ser os médicos, enfermeiras, juízes, advogados…’
À excepção da função pública, qualquer actividade profissional é avaliada.
“Então, por quem?”
Na minha opinião, devem ser criados conselhos de avaliação constituídos por professores que não pertençam a essa escola nem tenham sido previamente eleitos pelos próprios professores.
Permito-me refazer esta frase: “Começo a acreditar que os professores abusadores vão mesmo entrar na linha. Faltam todos os restantes funcionário públicos!”
Se os parâmetros em que os pais avaliarem os professores forem consistentes, não vejo problema nenhum.
Há algum motivo para que eu não possa distinguir os professores da minha filha que entregam os testes corrigidos em tempo útil e que fazem a correcção no quadro daqueles que não o fazem?
Não devo influenciar a avaliação de um professor do 1º ciclo que no espaço de duas semanas faz três provas de Língua Portuguesa, duas de Matemática e uma de Estudo do Meio?
Usando uma linguagem mais empresarial (que já ouvi de um Ministro da Educação): sendo os alunos os “clientes” da escola, os “clientes” devem avaliar quem lhes presta um determinado serviço.
João Silva,
Claro que tem toda a legitimidade, direito e condições para o fazer. porque provavelmente tem um nível de educação/cultura que lhe permite elaborar uma avaliação séria e isenta. Mas a maior parte dos pais não é assim. Um pai é cego perante o filho, daí ser pai. Estará ali para defender cegamente os interesses do filho. Não creio que seja capaz de ouvir a parte do professor e dar razão ao professor se achar que ele a têm. Alguns conseguirão mas será certamente uma minoria.